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Apesar de terem algumas semelhanças, os vírus monkeypox, conhecido como varíola dos macacos, e o smallpox, da varíola comum, têm distinções na sua estrutura e no potencial de gravidade e letalidade, que diferencia a maneira como ela afeta os humanos. Esses vírus (os poxvírus) possuem também envoltório lipoproteico, como o coronavírus.

Os dois vírus são da mesma família e têm uma identidade genética bem grande, de quase 90%. Porém existem diferenças que fazem com que o smallpox infecte apenas os seres humanos e o monkeypox tenha outros tipos de hospedeiros, que seriam os primatas não humanos e os roedores.

A varíola teria surgido na Índia, sendo descrita na Ásia e na África desde antes da era cristã.

smallpox foi considerado um flagelo da humanidade por provocar uma doença   grave, que causou 300 milhões de mortes no mundo no século 20. Ela foi considerada erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1980, após uma ampla campanha de vacinação mundial nas décadas de 1960 e 1970, vacina essa   descoberta pelo médico inglês Edward Jenner (1749-1823) ainda no século 18.

No Brasil, o primeiro surto da varíola ocorreu em meados de 1555, quando a doença foi introduzida no Maranhão por colonos franceses.

smallpox causou uma doença muito grave  que perdurou durante séculos sem grandes resoluções sobre o que poderia ser feito, já que tinha uma letalidade alta e era extremamente transmissível.

Já a varíola dos macacos (monkeypox) é considerada uma zoonose viral (vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais), clinicamente menos grave.  Aliás, não é o correto falarmos varíola dos macacos. Esse foi o nome que ficou conhecido popularmente, porque o vírus foi detectado inicialmente em macacos que foram exportados da África para a Dinamarca e a doença foi verificada e identificada neles como um poxvírus. Porém, se sabe que roedores adquirem a doença.

Há países onde a varíola dos macacos é considerada endêmica como Camarões, República Democrática do Congo, Gabão, Costa do Marfim, Nigéria, Serra Leoa dentre outros.

A maior parte dos infectados tem um quadro inicial com mal-estar, dor de cabeça, dor no corpo e febre. Alguns dias depois, aparecem as lesões na pele.

A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

É considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pápulas (bolhas) e pústulas na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença. Os primeiros sintomas começam a surgir de 10 a 14 dias após a infecção.

A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

Concebida para combater a varíola humana, a vacina contra a varíola dos macacos tem sido usada para proteger as pessoas mais vulneráveis, face à propagação da doença fora das áreas endêmicas.

Há  90% de homologia entre as proteínas desses dois vírus. Portanto, tomar uma vacina muito próxima para bloqueá-la é uma estratégia comprovada.

Estudos apontam que anticorpos contra a varíola foram encontrados em 30% das pessoas que haviam sido vacinadas pelo menos 20 anos antes. E uma dose de reforço ativa células de memória – linfócitos – e reativa a imunidade celular, mesmo após 20 ou 40 anos.

Diversos países e a Organização Mundial de Saúde (OMS) possuem estoques de vacina contra a varíola por segurança, principalmente diante do risco de bioterrorismo ( foi usada como arma biológica pelos exércitos de Cortez, no México, sendo responsável pela derrota dos astecas      e também utilizada por exércitos e colonizadores em suas lutas contra populações indígenas em várias regiões das Américas).

As vacinas produzidas e usadas com sucesso durante o programa de erradicação da varíola, em 1980, são chamadas de primeira geração em comparação com os imunizantes desenvolvidos com técnicas modernas de cultura de células no final ou após a fase de intenso combate à doença.

As vacinas de segunda geração usam as mesmas cepas de um vírus estreitamente semelhante ao da varíola, que também era utilizado na fabricação dos imunizantes anteriores, ou variantes de vírus purificadas em laboratório a partir de estoques de vacinas tradicionais.

A vacina atual, feita em cultura de células e não mais em animais, é considerada de terceira geração porque foi melhorada em comparação com as duas anteriores para limitar os efeitos colaterais e aumentar sua eficácia.

Comparando com o vírus da Sars-CoV-2, esse vírus é mais estável e menos transmissível.   O monkeypox é um vírus feito de DNA, molécula mais estável e complexa que o RNA, principal componente genético do coronavírus.

Os vírus de RNA têm menos mecanismos para conter erros na hora de duplicar seu material genético.  Por isso, sofrem mais mutações que dão origem a variantes imprevisíveis – como vimos com o coronavírus.

As vacinas ainda são uma das armas mais eficazes de prevenção contra doenças. Não vamos deixar de acreditar na Ciência e no que ela pode nos proporcionar.

Rosana Jorge Celiberto (Rosaninha) – @celibertojorge
Professora de Ciências do Fundamental II e Biologia do Ensino Médio do Colégio Spinosa
Bacharel e Licenciada em Biologia pela UNISA
Participação em artigo científico e livros na área da Educação

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