Você gosta de ser avaliado? A maioria das pessoas vai responder que NÃO, ninguém gosta de se sentir avaliado, mas é um processo que nos acompanhará por toda a vida escolar e profissional e precisamos entendê-lo para que possamos utilizá-lo como ferramenta de crescimento.
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, avaliar significa o ato ou o efeito de se estabelecer a valia (o valor), é uma forma de verificação que objetiva determinar a competência, o progresso de um profissional ou aluno.
Esse conceito é muito interessante porque vai além de um indicador (uma nota). A avaliação é importante para a construção de conhecimentos sobre a própria realidade, para identificar pontos fortes, potencialidades, pontos fracos e se estabelecer melhorias. Ao entender o objetivo da avaliação fica mais fácil se preparar para ela. Por exemplo, um atleta a cada corrida de rua, não busca necessariamente ser o primeiro colocado, mas sim superar o seu próprio tempo e identificar pontos que pode melhorar para as próximas corridas. E para isso irá elaborar estratégias que envolvem muito mais do que o dia da corrida, já que terá que ter preparo físico, boa alimentação, concentração, disposição, roupas e tênis adequados, entre outros. Isso nos mostra que a boa avaliação envolve preparo e não é feita de forma isolada.
O mesmo acontece com os estudos. O resultado das avaliações é fruto de um conjunto de variáveis que envolve o estudante e sua rotina. Difícil se concentrar no dia da prova, se o aluno não dormiu bem, não se alimentou, não criou a rotina de fazer as lições de casa e roteiros de estudo (não treinou), não possui os materiais, não realiza a atividade em ambiente adequado e acordou atrasado.
Ao olhar sob esta ótica, percebemos que a avaliação (seja do corredor de rua, seja do estudante) é um processo contínuo que possui algumas etapas demarcadas para o estabelecimento de indicadores. Assim, podemos considerar que na educação a avaliação é o motor da aprendizagem, pois permite que professores e alunos ajustem suas ações para que os objetivos de aprendizagem sejam obtidos.
Mas como avaliar? Apesar do atleta se basear nos índices e tempos de cada corrida, ele precisa de outros instrumentos para verificação de sua performance para que se sinta preparado para as próximas competições. Com o estudante não é diferente, ele precisa de momentos definidos para avaliação (como as provas), mas precisa de outros indicadores para que possa verificar as dificuldades e potencialidades. Em educação, dividimos estes momentos em tipos de avaliação e para cada tipo há um conjunto de estratégias, metodologias e instrumentos possíveis que focam no desenvolvimento de competências e habilidades necessários para cada disciplina e compatíveis com a faixa etária do estudante.
Basicamente, temos dois grandes tipos. A corrida, assim como as provas escolares, é uma avaliação SOMATIVA, classificatória, que permite identificar o grau de alcance em relação a determinados objetivos previstos, realizada ao final de um processo, conteúdo ou unidade de ensino. Adicionalmente, os treinos e preparação do atleta também são uma forma de avaliação, assim como as demais tarefas e atividades que o estudante faz ao longo do ano letivo. Essa modalidade de avaliação é denominada de FORMATIVA e tem um papel fundamental no processo decisório para a melhoria da aprendizagem. Somente neste tipo de avaliação é que o técnico do nosso atleta poderia aumentar a carga do peso nas atividades físicas, poderia solicitar um cardápio mais restritivo ou até aumentar o número de sessões de relaxamento. Do mesmo modo, é sob esta forma de avaliação que a escola e os seus educadores podem detectar as condições de aprendizagem significativa dos estudantes, os erros que cometem, quais as possíveis causas para a dificuldade de aprendizado, quais atividades são mais efetivas para uma determinada turma e aluno, já que está centrada nas possibilidades e capacidades de cada um. É um OLHAR ATENTO que ocorre de forma contínua e processual para construção do tripé pensar-saber-fazer, ajudando o próprio aluno a identificar seus erros e os possíveis caminhos para corrigi-los. O papel do professor, além de orientador do processo, é trabalhar o FEEDBACK dos resultados dos alunos. Daí a importância das lições de casa, trabalhos, pesquisas e atividades interdisciplinares.
Por isso dizemos que o atleta precisa de treinos regulares e diversificados para testar diversas condições para se preparar para a próxima corrida. E a forma como se dedica aos treinos refletirá no desempenho das provas oficiais. Alguma semelhança com nossos estudantes não é mera coincidência! Quando o estudante entende a função das atividades formativas, vai mudando de comportamento e muito mais do que se preocupar com a realização de tarefas apenas para se “livrar” da pendência, passa a focar na aprendizagem, aprimorando seus processos metacognitivos e começa a desenvolver ações mais organizadas e planejadas para potencializar a reflexão, a gestão do tempo e o seu papel protagonista na geração de seu próprio aprendizado. Essa é uma conquista fundamental que nossos alunos levarão em sua trajetória pessoal e profissional!
O Colégio Spinosa incorpora os dois tipos de avaliação no seu processo de ensino-aprendizagem. As provas mensais e bimestrais são avaliações pontuais do que foi aprendido ao longo do bimestre por meio de questões objetivas e dissertativas do tipo utilizado pelos órgãos avaliadores da Educação Básica, ENEM e vestibulares. Já as demais atividades (trabalhos, pesquisas, projetos, tarefas) possuem caráter formativo, com o objetivo de avaliação contínua para que docentes e estudantes possam calibrar suas práticas de modo a fazer as correções necessárias para que a aprendizagem significativa ocorra.
Assim como um campeonato/competição é dividido em várias corridas, o ano escolar também apresenta divisões. No Colégio Spinosa o ano letivo é dividido em bimestres, algumas instituições adotam a divisão trimestral ou até semestral. Isso é apenas uma forma de organização dos conteúdos e calendário escolar, visto que todas as séries de estudo precisam seguir as recomendações e objetivos estabelecidos na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Por isso, um caso um aluno de outra escola queira se matricular no Colégio Spinosa, seu histórico de aproveitamento será adequado à composição bimestral, sem restrições.
Agora que entendemos o papel dos diversos tipos de avaliação na formação dos nossos estudantes, podemos ampliar a discussão para as estratégias, tecnologias e atitudes empreendedoras que fazem parte do universo escolar. Mas isso fica para um próximo post! Nos encontramos em breve!
Renata Ferreira Alves Pinto / @renata_ferreiraap
Professora de Empreendedorismo, Projeto e Vida e Informática do Colégio Spinosa.
Mestre em Economia pela PUC-SP, graduada em Ciências Econômicas pelo Mackenzie. Possui licenciatura em Matemática.
Docente da área de finanças e de economia para os cursos de gestão da Universidade São Judas e professora convidada da pós-graduação para disciplinas de finanças do Mackenzie. Coordenadora dos cursos de gestão da Unidade Santo Amaro da USJT.
Autora dos livros Economia Internacional, Gestão Financeira e Finanças Corporativas da Série Universitária da Editora Senac. Autora de conteúdos e materiais instrucionais para cursos de graduação e pós-graduação em diversas instituições como Senac-SP, Universidade Anhembi Morumbi, Universidade São Judas e Saraiva Soluções de Aprendizagem.
Possui diversos cursos em educação, metodologias ativas e tecnologia educacional.